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Autarca de Grândola diz que não há intenção de “privatizar” praia da Aberta Nova

Escrito por em 26 de Agosto, 2022

O presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, disse hoje que não existem intenções de “privatizar” a praia da Aberta Nova, em Melides, garantindo que aquela zona balnear até tem “melhores condições”.

“Não estamos a privatizar a praia da Aberta Nova”, na freguesia de Melides, esclareceu o autarca, numa breve declaração à agência Lusa a propósito do pedido de esclarecimento da associação Proteger Grândola, que alertou para a dificuldade do acesso de viaturas àquela zona balnear devido a obras.

No documento, o movimento denunciou que, desde julho, estão a decorrer obras na estrada de acesso à praia da Aberta Nova, “dificultando a passagem de viaturas”.

Em simultâneo, “foram erguidos postes para vedação de ambos os lados da estrada, num trecho de aproximadamente dois quilómetros”, indicou o mesmo movimento.

Na carta aberta, dirigida ao presidente da Câmara de Grândola, a associação de defesa do ambiente questionou “se o objetivo da vedação não será mesmo tornar impossível o estacionamento de carros e obrigar os utentes regulares a deixarem de utilizar esta praia?”.

“Ao dificultar ao máximo o acesso do público estamos a assistir à privatização encapotada da praia da Aberta Nova, que fica assim quase ‘exclusiva’ para os futuros clientes do empreendimento de luxo Costa Terra”, alegou o grupo de cidadãos, que conta com 80 associados.

O presidente da câmara explicou que o terreno onde foram erguidos estes postes “não é público, é privado”, e o município “já notificou as pessoas que colocaram [essas estruturas] para vedarem” aquela zona.

“Já falei com o proprietário que vai recuar [os postes] para nove metros”, de acordo com a tipologia daquela estrada que dá acesso à praia da Aberta Nova, explicou.

O autarca lembrou que o novo Plano da Orla Costeira Espichel-Odeceixe (POC) prevê a construção de um novo estacionamento que vai permitir o parqueamento de viaturas, superior ao atual.

O “POC não está aprovado [e] o terreno é privado”, lembrou Figueira Mendes, acrescentando que, “primeiro, tem de ser aprovado o POC, depois, provavelmente, vai ter de ser expropriado o proprietário”.

“Portanto, aquela praia não alterou nada, aliás, tem melhores condições. A estrada não se alterou, nem a estrutura da praia, nem o parque de estacionamento. Agora, alguém quer brincar com isto e, a esses, respondo com trabalho e responsabilidade”, concluiu.


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