BE volta a criticar utilização de herbicidas com glifosato no concelho de Santiago do Cacém

A utilização de herbicidas contendo a substância glifosato nos perímetros urbanos e zonas rurais das freguesias de Santo André e Santiago do Cacém voltou a ser criticada pelo Bloco de Esquerda (BE) que desafiou o município a implementar um plano alternativo.

Em comunicado, a concelhia de Santiago do Cacém do BE denunciou o investimento, por parte da autarquia, de “milhares [de euros] na aplicação de herbicidas contendo Glifosato”, referindo-se a “mais uma aquisição de serviços privados de monda química, a aplicar nos perímetros urbanos e zonas rurais das freguesias de Santo André e Santiago do Cacém”.

E lamentou que a Câmara Municipal não queira “dar sinais para eliminar o uso de herbicidas na limpeza urbana, nomeadamente contendo Glifosato”.

“No ultimo contrato de aquisição de serviços para a sua aplicação (13/06/24), constata-se que o herbicida a aplicar é uma “Solução concentrada contendo 450g/L ou 37,5%(p/) de glifosato”, adiantou o BE.

No comunicado, o bloco explicou que este “composto tem sido ligado a vários problemas ambientais e de saúde pública por diversos estudos científicos. O único estudo que não indica riscos para a saúde pública é da autoria da Monsanto, empresa detentora do produto”.

“O Glifosato está classificado como cancerígeno por várias organizações”, insistiu o BE, acrescentando que “várias autarquias (de perfil mais urbano ou mais rural) já abandonaram o uso do Glifosato ou têm planos para o abandonar, o que significa que deixar de usar este herbicida é não só uma necessidade, mas também uma possibilidade”.

Recorde-se que o Bloco de Esquerda apresentou, este ano, uma proposta para eliminar a utilização desta substância nos espaços públicos, que foi chumbada com os votos contra da CDU e a abstenção de PS + PSD/CDS.

O BE defendeu que é “imperiosa a promoção de espaços públicos sem Glifosato e livres de herbicidas cancerígenos, com recurso a meios mecânicos, térmicos, biológicos e/ou manuais” do voltou a desafiar a autarquia “a implementar um plano alternativo à utilização de herbicidas cancerígenos na limpeza urbana”