Deputados do PSD preocupados com “brutal aumento da criminalidade grave e violenta” no distrito de Setúbal

Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal manifestaram a sua preocupação face ao que consideram ser o “brutal aumento da criminalidade grave e violenta”, em 2023, e exigiram uma “resposta urgente” das autoridades nacionais e das autarquias.

Num comunicado, os deputados Bruno Vitorino, Teresa Morais, Sónia dos Reis e Paulo Cunha baseiam-se no Relatório Anual de Segurança Interno (RASI) que aponta 2023 como sendo o ano em que “houve um crescimento da criminalidade violenta de 26,6% em relação a 2022″ no distrito de Setúbal, “quando a nível nacional não passou os 06%”.

“Esta situação alarmante exige uma resposta urgente e eficaz das autoridades nacionais e, também, das autarquias locais”, consideraram.

Neste sentido, os deputados questionaram as 13 Câmaras Municipais do distrito de Setúbal sobre o funcionamento dos Conselhos Municipais de Segurança que, alegaram “pouco reúnem” e defenderam que “a participação ativa e regular destes conselhos é crucial para o desenvolvimento de estratégias que visem a prevenção da criminalidade e a proteção dos cidadãos”.

No entanto, isto “não é feito por muitas autarquias, que descuram totalmente este órgão”, argumentaram.

Citado no comunicado, o deputado Bruno Vitorino, um dos quatro signatários dos documentos enviados às autarquias, sublinhou “a importância da instalação de câmaras de vigilância nos espaços públicos mais críticos, como zonas envolventes a Escolas, e outros onde se verifiquem mais ocorrências”.

“Este recurso tem-se demonstrado como um eficaz fator de dissuasão da criminalidade, além de ser uma ferramenta valiosa para a ação rápida das forças de segurança, ou para a investigação posterior”, defendeu.

No comunicado, os deputados do PSD dizem estranhar “a apatia generalizada das autarquias em relação às questões de criminalidade” do criticaram a falta de proatividade ”no exercício das suas competências”.

De acordo com o RASI, consultado pela rádio M24, o distrito de Setúbal, em 2023, registou 35.310 crimes gerais (12,9%) e 1.683 crimes violentos (26,6%). Entre os crimes violentos constam roubos em edifícios comerciais ou industriais (64), extorsão (84), ofensa à integridade física voluntária grave (105), roubo por esticão (249), resistência e coação sobre funcionário (259) e roubo na via pública exceto por esticão (673).

No distrito de Setúbal, Almada é o concelho com o maior número de crimes (7.789) e Alcácer do Sal é o concelho que regista o menor número de crimes (543).

No litoral alentejano, o concelho de Odemira registou 1.160 crimes, seguido do concelho de Santiago do Cacém com 914, Sines com 777, Grândola com 682 e Alcácer do Sal com 543 crimes.