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Dezenas de automóveis antigos recriaram viagem do Panhard et Levassor até Santiago do Cacém

Escrito por em 22 de Outubro, 2024

Santiago do Cacém recebeu, no último fim de semana, a tradicional reconstituição da primeira viagem do Panhard et Levassor por terras portuguesas, promovido pelo Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul (CAACA), com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de São Francisco da Serra.

Nesta 29.ª viagem, que assinalou o aniversário da entrada do primeiro carro em Portugal, contou com 69 automóveis antigos que participaram numa gincana de carros clássicos, na Praça José Pedro Guerreiro Malhadais (Largo da Igreja), em São Francisco da Serra.

O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha e o presidente da Junta de São Francisco da Serra, Pedro Gamito, marcaram presença no evento, tendo endereçado o seu agradecimento ao clube por manter vivo “este marco histórico” do concelho de Santiago do Cacém.

Na ocasião, o autarca revelou que, no próximo ano, nas comemorações dos 130 anos da chegada do Panhard et Levassor a Santiago do Cacém existe uma “forte possibilidade de contar com o primeiro automóvel em Santiago do Cacém”.

Uma revelação confirmada pelo presidente do Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul, Marco Paiva, que agradeceu às autarquias a forma como são recebidos e a importância de se assinalar esta data importante na história do país e do Município de Santiago do Cacém.

Após a gincana, os automóveis rumaram a Santiago do Cacém onde contornaram o monumento alusivo ao Panhard et Levassor.

No domingo, segundo dia da iniciativa, os automóveis clássicos partiram de Vila Nova de Santo André para Santiago do Cacém (passagem pelo monumento ) e passaram pelas localidades de São Bartolomeu da Serra, Abela e Ermidas-Sado.

Foi no dia 11 de outubro de 1895 que Portugal recebeu o seu primeiro automóvel. Tratava-se de um Panhard & Levassour adquirido em Paris pelo jovem Conde de Santiago do Cacém, Jorge de Avillez. A receção ao Panhard & Levassour em Santiago do Cacém foi um misto de receio, espanto, curiosidade e admiração, que viria a originar a típica atribuição da primeira alcunha à “coisa” – O GASOLINAS.

Segundo rezam as crónicas, foi há 129 anos que começou esta viagem que demorou três dias. As peripécias foram muitas, começaram logo na Alfândega de Lisboa com a dúvida sobre que taxa aduaneira aplicar. Seria uma máquina agrícola ou uma locomóvel (máquina movida a vapor)?

Depois da montagem das várias componentes, numa oficina de carruagens, e da colocação em marcha do seu motor de explosão, o Panhard & Levassor iniciou a primeira viagem de um automóvel em solo português, a uma velocidade máxima de 15km/h, com destino à casa D’Avillez em Santiago do Cacém.

À entrada da vila de Palmela aconteceu o primeiro acidente. Um burro assustado no meio da estrada acabou por ser atropelado e morrer, o dono é recompensado pela perda com a quantia de dezoito mil réis, o triplo do valor de um burro naquela época.

Nesta aventura estiveram envolvidos D. Jorge D’Avillez; Jules Phillipe, engenheiro na região, e Hidalgo Vilhena, outro santiaguense, pioneiro na arte fotográfica da época. A chegada do Panhard & Levassor ao seu destino, Santiago do Cacém, causou um grande entusiasmo e espanto entre os santiaguenses, e até os presos tiveram direito a vir à rua ver uma máquina tão fabulosa.

O Panhard & Levassor pertence ao Automóvel Club de Portugal e encontra-se no Museu dos Coches, em Lisboa.

Um marco na história deste concelho, imortalizada pela Câmara de Santiago do Cacém, no monumento localizado na Av. D. Nuno Álvares Pereira, de autoria de António Caetano.


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