FMM:”É um festival de serviço público” e “é pena” não ter “ajudas do Governo” – autarca
Escrito por Helga Nobre em 27 de Julho, 2023
O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, diz que a alteração introduzida no número de dias do Festival Músicas do Mundo está a revelar-se positiva e permitiu aproximar os palcos de Porto Covo e Sines.
“Penso que [esta mudança] é positiva. Não há muitos festivais no nosso país e na Europa que tenham nove dias. Quisemos diminuir um dia, o resultado foi bastante positivo e esperamos que nos próximos anos consigamos afinar mais as coisas porque há sempre margem para melhorar, de forma a que o festival continue a ser um grande sucesso”, afirmou.
Em declarações à rádio M24, após o arranque do festival no Castelo de Sines, esta quarta-feira, o autarca recordou que, este ano, a organização optou por iniciar os concertos em Porto Covo, no sábado, eliminando a sexta-feira da agenda musical do evento.
“Ao contrário dos anos anteriores arrancamos em Porto Covo, no sábado, e isso permitiu aproximar o Festival Músicas do Mundo de Porto Covo ao de Sines. Houve várias sinergias, mas no cômputo geral acredito que os três dias foram um sucesso”, assegurou.
Com o arranque do festival nos palcos de Sines, Nuno Mascarenhas, espera superar mais uma vez as expetativas, destacando a sua diversidade musical.
“Este ano a programação incide muito nos grupos africanos, cerca de um terço dos concertos vêm de África, o que é naturalmente importante, mas continua a haver uma grande diversidade de grupos espalhados pelos quatro cantos do mundo o que torna este festival diferenciador e único no nosso país”, realçou.
O festival procura trazer aos palcos de Sines “grupos que são uma referência” no panorama musical internacional e mundial, defendeu o autarca que valorizou o trabalho que tem sido desenvolvido pelo diretor artístico do FMM, Carlos Seixas.
“Tem conseguido, ano após ano, trazer a Sines algo que é uma experiência inovadora porque são músicos e artistas que não vemos noutros festivais”, frisou.
Questionado sobre a continuidade do festival, o autarca lamentou a falta de apoio do Governo ou de outras entidades públicas a um evento que “presta claramente um serviço público”.
Este “é um festival de serviço público, é um festival que tem bastantes encargos, mas é pena que não tenhamos ajudas ou do Governo ou de outras entidades públicas, uma vez que procura prestar esse serviço público”, defendeu.
“Temos muitos parceiros, empresas da região que tornam este festival um pouco mais sustentável, mas diria que há aqui muito por fazer e terei oportunidade de dizer isso mesmo ao ministro da Cultura, de forma a que o ministério possa ter um papel importante neste tipo de festivais que são, claramente, serviço público”, acrescentou.
Nesta conversa com a M24, o autarca deixou ainda uma mensagem ao público do FMM: “Para os sineenses, que continuem a acreditar no Festival Músicas do Mundo. Para os habitantes desta região, que venham a Sines, uma vez que o festival é diferenciador e qualificador da região e, para todos aqueles que nos ouvem fora do litoral alentejano, venham porque a experiência é de facto única”.
A 23.ª edição do Festival Músicas do Mundo conta com artistas de 27 países.
Organizado anualmente pela Câmara Municipal de Sines, sob o lema “Música com espírito de aventura”, o festival atrai alguns milhares de pessoas à costa alentejana.
Vencedor da categoria Melhor Programa Cultural nos últimos Iberian Festival Awards, o Músicas do Mundo oferece ainda uma vasta programação de atividades paralelas.