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Hospital dos Brinquedos ajuda crianças de Santiago do Cacém a ultrapassarem medos dos cuidados de saúde

Escrito por em 9 de Agosto, 2024

Um hospital, com uma sala de triagem ou um bloco operatório de brincar, ajudou mais de 500 crianças do pré-escolar de Santiago do Cacém a ultrapassarem medos associados aos cuidados de saúde.  

 

O projeto, que começou a ser ‘desenhado’, no ano letivo 2022/23 pela equipa de enfermagem de Saúde Escolar de Santiago do Cacém, da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), é desenvolvido em contexto escolar com o objetivo de reduzir os medos das crianças em relação aos cuidados de saúde.

“É um hospital sem sede porque a ideia é deslocarmo-nos às escolas que nos solicitam e interagir com as crianças”, explicou a enfermeira Filipa Alves, uma das responsáveis pelo projeto.

Quando a equipa chega à escola, ocupa-se pela montagem de todo o material que inclui “uma Sala de Triagem”, onde é explicada “a côr das pulseiras e onde estão os vários instrumentos”, e de uma Sala de Exames Especiais, para “desmistificar os medos relacionados com o Raio-X ou com a TAC [Tomografia Computorizada]”, especificou.

Mas, neste hospital, acrescentou a responsável, existe também uma Sala de Tratamentos, com “aeróssois, vacinas, injeções e pensos”, e um Bloco Operatório onde as crianças, entre os três e os seis anos, podem “monitorizar os bonecos, simular uma sutura ou colheita de sangue para análise”.

“Todo o Hospital dos Brinquedos desenvolve-se num contexto ‘do faz de conta’ entre os profissionais e as crianças, que são convidadas a levar bonecos do seu domicílio” e a “assumir o papel de profissional de saúde ou de cuidador”, contou.

O projeto, que está a ser desenvolvido nos Agrupamentos Escolares de Santiago do Cacém, Santo André, Cercal do Alentejo e Alvalade, abrangeu, no último ano letivo, mais de 500 crianças do pré-escolar.

“No ano letivo de 2023/24 conseguimos dar resposta a todas as turmas que solicitaram o Hospital dos Brinquedos e chegámos a mais de 500 crianças em idade pré-escolar, o que corresponde a mais de 80% das crianças de todo o concelho” de Santiago do Cacém, sublinhou a responsável.

Caso seja solicitada, a equipa de enfermagem de Saúde Escolar de Santiago do Cacém leva o Hospital dos Brinquedos “também às escolas públicas e Instituições Particulares de Solidariedade Social” do concelho de Santiago do Cacém.

Segundo Filipa Alves, durante toda a sessão, que tem a duração máxima de uma hora, a equipa de enfermagem “vai explicando e reproduzindo várias técnicas” para depois incentivarem os mais novos a “reproduzirem as mesmas coisas nos bonecos“.

“Temos alguns instrumentos que são brinquedos, mas também temos muitos que são reais como os estetoscópio ou o monitor reutilizado que permite que as crianças a brincar tenham uma visão real daquilo que acontece quando recorrem ao hospital ou a outros cuidados de saúde”, acrescentou.

Filipa Alves explicou ainda que “o ‘feed-back’” da iniciativa “tem sido muito positivo”, uma vez que aguça a “curiosidade das crianças” em relação às atividades que são desenvolvidas durante as sessões.

“A colheita de sangue é uma das técnicas que mais gostam, até porque há algumas crianças, mesmo a nível de pré-escolar, que já passaram por situações em que tiveram de colher sangue e nem sempre correu da melhor forma. Gostam muito também do Bloco Operário, a curiosidade de vestir e monitorizar o boneco, e depois dos tratamentos”, precisou.


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