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Jerónimo de Sousa diz que valores de Abril “continuam a ter validade e atualidade”

Escrito por em 18 de Abril, 2021

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje em Grândola que os valores de Abril “continuam a ter validade e atualidade”, sublinhando que a revolução dos cravos “é património do povo e património do futuro”.

“São muitos e importantes os combates de Abril e por Abril que estamos a travar e temos que continuar a travar. Aos que contemplam hoje a sua obra de destruição e fazem plano contra Abril, nós dizemos: o projetos de Abril inscreve-se ainda na Lei Fundamental. Os seus valores continuam a ter validade e atualidade”, afirmou.

O secretário-geral do PCP discursava, na Praça da Liberdade, em Grândola, para uma plateia composta por cerca de duzentas pessoas, numa sessão que serviu para assinalar os 47 anos do 25 de Abril, organizada pela Direção Regional do Alentejo do PCP.

“Estes valores que Abril mostrou serem seus, como seus são os que emanam das suas grandes conquistas e realizações, não só continuam a refletir os interesses de larga maioria dos trabalhadores e do povo, como exprimindo esses interesses têm a capacidade para guiar o nosso caminho na luta de hoje e na construção do futuro do país e da construção de uma vida melhor para o nosso povo”, sublinhou.

O líder do PCP apontou ainda o dedo aos “que andam há 47 anos a tentar destruir as conquistas, os valores que foram alcançados com a vitória de Abril. Fizeram estragos, recuámos, vimos mais injustiças, mais pobreza. Tudo em nome do sacrossanto interesse do capital”.

“Destruíram muitas conquistas, mas não conseguiram destruir os valores de Abril, que se perguntarmos a um jovem muitos não sabem o que é isso dos valores, mas sabem que têm o direito a estudar e a encaminhar a sua vida profissional. Sabem que o vínculo precário é coisa negativa para as suas vidas e que o direito ao trabalho é um valor para esses jovens”, observou.

Para Jerónimo de Sousa, “Abril não pode ser destruído porque continua no coração do povo que quer uma vida melhor, a democracia, a liberdade e Abril nas nossas vidas”.

“A Revolução de Abril é património do povo e é património do futuro”, salientou.

Na sua intervenção, o líder comunista, referiu ainda que “a resposta” para os “impactos” causados pela pandemia de covid-19 em Portugal “não virá” das “imposições” da União Europeia, nomeadamente do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

“A recuperação dos impactos da epidemia na saúde, educação, tecido económico e na cultura, requer uma resposta audaz que urge e uma definição de prioridades e critérios que terá de privilegiar o interesse dos trabalhadores, do povo e do País”, realçou.

Essa resposta “não virá, como nunca veio, nem das imposições, nem dos critérios e orientações da União Europeia, incluindo do chamado Plano de Recuperação e Resiliência que o Governo apresenta como grande solução”, observou.

Durante a sua intervenção, em frente ao memorial ao 25 de Abril, onde depositou uma coroa de flores, o líder comunista, abordou também os casos de corrupção em Portugal, especificamente, a Operação Marquês.

“Muitos dos problemas de corrupção que justamente indignam o nosso povo, e que agora se expressam também à volta do caso judicial conhecido como Operação Marquês, têm no processo da restauração capitalista e monopolista privatizadora as suas verdadeiras causas”, apontou.

Para Jerónimo de Sousa, “alguns dos que promoveram e defendem tais políticas e tais práticas, aparecem hoje com um discurso hipócrita de falsa indignação, a anunciar que o regime está doente”.

“Responsabilizam o regime para limparem as suas responsabilidades políticas, mas essencialmente para continuar a dar força a um projeto de liquidação do regime democrático e de subversão da constituição que nunca abandonaram”, acrescentou.


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