Litoral Alentejano regista este ano menos ocorrências de incêndios rurais do que em 2023
Escrito por Helga Nobre em 17 de Outubro, 2024
A região do litoral alentejano reduziu, este ano, o número de ocorrências de incêndios rurais face a 2023, sendo o concelho de Alcácer do Sal aquele que registou a maior área ardida, com 141 hectares.
Em 2023 “tivemos 185 incêndios rurais, e, este ano, foram registados 144 incêndios rurais, a maioria [das ocorrências] no mês de julho”, indicou o responsável do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Litoral, Tiago Bugio.
Apesar de ainda não estarem apurados todos dados, o responsável revelou que, este ano, a área ardida é “muito mais reduzida”, em relação ao ano transato, acrescentou.
De acordo com Tiago Bugio, o concelho de Alcácer do Sal foi “o que teve mais área ardida com 141 hectares” e, Odemira, o concelho onde se registou “o maior incêndio” que consumiu 36 hectares.
Em declarações aos jornalistas, em Grândola, para fazer o balanço dos resultados do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2024, Tiago Bugio destacou “a disponibilidade dos operacionais” que integraram o dispositivo no litoral alentejano.
“Dos vários agentes de Proteção Civil, corpos de Bombeiros, GNR, Forças Armadas, Sapadores Florestais, há a destacar a disponibilidade de todos eles e a cooperação que foi conseguida para esta articulação mais fácil entre todos que permitiu ter um menor número de área ardida”, sublinhou.
E realçou que, este ano, houve um aumento do número de operacionais e de meios envolvidos no dispositivo que foi mobilizado entre maio e outubro.
“Este ano tivemos mais operacionais na sub-região e tudo isto se reflete na grande aposta que o Comando Sub-Regional tem feito”, em conjunto com os comandos dos corpos de bombeiros do litoral alentejano, que se “empenharam na formação e capacitação técnica dos seus operacionais” em diversas áreas.
Relativamente aos números registados entre 15 de maio e 15 de outubro, do total de 144 incêndios, 16 ocorreram em povoamento florestal, 65 em mato, 37 em zonas agrícolas e 26 resultantes de queimas de sobrantes que se descontrolaram.
O concelho de Santiago do Cacém foi o que registou o maior número de incêndios em povoamento florestal (05 ocorrências), seguido de Odemira (04), Alcácer do Sal (03), Grândola e Sines (02).
Por sua vez, os concelhos de Alcácer do Sal e Grândola foram os que registaram mais ocorrências em mato (14 cada), seguidos de Sines (13) e de Odemira e Santiago do Cacém com (12 cada).
No que respeita a incêndios agrícolas, o concelho de Odemira foi o que teve o maior número de ignições (12), seguido de Santiago do Cacém (09), Grândola (08), Alcácer do Sal (05) e Sines (03).
De acordo com Tiago Bugio, algumas destas ocorrências tiveram mão criminosa, a maioria registadas na freguesia de São Luís, no concelho de Odemira.
“Tivemos essencialmente, na freguesia de São Luis, concelho de Odemira, algumas ocorrências que poder-se-ão considerar de mão criminosa face à hora do dia e as condições meteorológicas não serem propícias ao desenvolvimento do incêndio”, revelou.
Perante estas suspeitas, o “órgão de polícia criminal, territorialmente competente, fez o respetivo documento para avaliação”, acrescentou.
Tiago Bugio realçou ainda que o acréscimo de mais operacionais nos corpos de bombeiros é “um dos principais desafios” do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Litoral.