Faixa Atual

Título

Artista

Background

No arranque do ano letivo “perto de 5 mil alunos” poderão não ter aulas no litoral alentejano

Escrito por em 11 de Setembro, 2024

A poucos dias do início do ano letivo faltam nas escolas do litoral alentejano 57 professores, segundo um balanço do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) que aponta para “perto de 5 mil alunos sem aulas”, sendo o concelho de Odemira “o mais complicado”.

“Nos concelhos de Odemira, Grândola, Sines, Alcácer do Sal e Santiago do Cacém estamos a falar de 57 horários, o que dá 1.003 horas, e isto implica 4.700 alunos sem aulas”, disse hoje o presidente do SPGL, José Feliciano Costa.

Em declarações à rádio M24, o dirigente acrescentou que o concelho de Odemira “é o mais complicado” com “31 horários em falta”, seguido de Santiago do Cacém (13), Sines (06), Alcácer do Sal (04) e Grândola (03).

“Estamos a falar dos dados que foram a concurso, a qualquer momento podem surgir mais horários, mas neste momento, com este panorama, temos perto de 5 mil alunos sem aulas”, precisou.

Estes horários correspondem apenas àqueles disponíveis na oferta de contratação de escola, a última fase para o recrutamento de professores.

Por disciplina, as maiores carências são o Português do 3.º ciclo e secundário (04 horários), a Geografia (04 horários), a Matemática (04 horários), Física e Química (04 horários), Informática (03 horários) e Educação Especial (13 horários).

José Feliciano Costa diz estar preocupado com este cenário de perto de cinco mil alunos sem professores e aponta o dedo ao Ministro da Educação por insistir em medidas que não resolvem o problema da falta de professores.

“As medidas do Governo não resolvem nada e o próprio ministro [da Educação] reconheceu que as medidas que estão em cima da mesa são pontuais. O recurso às horas extraordinárias sobrecarregando os professores e, eventualmente, os que já estão aposentados, são medidas de vistas curtas e o resultado está à vista”, frisou.

Para o dirigente sindical, esta situação “vai-se agravando porque agora vão começar a entrar os professores que vão pôr atestado médico e tudo isto é um problema”.

“Gostava de me enganar, mas cinco mil alunos sem aulas no litoral alentejano no início do ano letivo pressupõe que ao longo do ano isto vai agravando e pode duplicar”, acrescentou.

Também a falta de assistentes operacionais, a ausência de projetos digitais por falta de capacidade informática nas escolas e a degradação dos edifícios escolares, são outros dos problemas que não foram resolvidos e juntam-se à longa lista de problemas do ensino, indicou.


error: www.radiom24.pt