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Património Mineiro e Geológico em Portugal debatido na Aldeia Mineira do Lousal

Escrito por em 12 de Outubro, 2024

A promoção e acessibilidade no património mineiro e geológico de Portugal – Uma Visão para o Setor foi o tema do XV Encontro Anual dos Parceiros do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico em Portugal, que decorreu, quinta e sexta-feira, na aldeia mineira do Lousal, em Grândola, com a presença da secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, e entidades parceiras.

Durante o encontro, a  vice-Presidente da Câmara de Grândola, Carina Batista, abriu a Sessão de Boas –Vindas salientando “ser uma honra e um privilégio para o Município acolher no território este encontro anual, no ano em que celebramos 50 Anos do 25 de Abril, data a que Grândola está viva e perenemente associada por via do poema canção que José Afonso dedicou à fraternidade e espirito democrático das nossas gentes e que foi senha da revolução que pôs fim a 48 anos de ditadura e opressão, devolvendo-nos a Liberdade e o direito de decidirmos os nossos destinos. A coragem e determinação de jovens militares tornaram possíveis momentos como este, em que são debatidos coletivamente temas de particular relevância para o desenvolvimento económico e social das comunidades e em que as opiniões se expressam de um modo livre e com espírito de cooperação”.

Carina Batista referiu também que se “reveste de enorme simbolismo a realização deste Encontro sobre Património Geológico e Mineiro na Aldeia do Lousal, um couto mineiro que durante muitos decénios do século passado, foi um exemplo de modernidade em toda a faixa piritosa Ibérica, e onde hoje podemos observar os resultados de importantes e ambiciosos planos de reabilitação ambiental e de iniciativas de preservação e requalificação de um importante património industrial, de que o Museu Mineiro, o Centro de Ciência Viva, o percurso pedestre pela antiga Corta Mineira, e a Galeria Valdemar são paradigmáticos”.

Carina Batista referiu igualmente que “este território de Abril está ativamente empenhado na concretização dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas, e quer dar o maior contributo para a consolidação de um mundo cada vez mais próspero, justo, fraterno e inclusivo em que ninguém, nem nenhum local, seja deixado para traz”. A Vice-Presidente manifestou a sua convicção de que “durante o Encontro seriam amplamente alcançados os relevantes objetivos de divulgação cientifíca associada à geologia e minas e de aproveitamento das características únicas dos territórios com atividades extrativas para o desenvolvimento sustentável das comunidades”.

Na intervenção na sessão de abertura, a Secretária de Estado Energia, Maria João Pereira, referiu que “a Mina do Lousal é o exemplo de um passado, onde já foi possível efetuar uma importante reabilitação ambiental, cujo objetivo é a devolução do território à sua população. Além disso, o projeto do Museu Mineiro e do Centro de Ciência Viva do Lousal tem permitido preservar a identidade cultural da comunidade e a valorização do Património Mineiro. Esta associação entre o Museu, que nos mostra o nosso passado, e o Centro Ciência Viva que nos aponta para o futuro, é extremamente interessante” referindo que “o Centro Ciência Viva merece destaque pelo papel que desempenha na comunicação de ciência e promoção de uma cidadania ativa apoiada no conhecimento cientifico, especialmente nas áreas da geologia e exploração de recursos mineiros”.

Durante o Encontro foi assinado o Protocolo de Colaboração entre os Municipios da Faixa Piritosa Ibérica com Património Mineiro e Geológico, nomeadamente, Grândola, Aljustrel e Mértola, que visa a colaboração entre os referidos municípios para a definição e concretização de uma estratégia coletiva de salvaguarda do património mineiro, valorização dos seus ativos territoriais e promoção do desenvolvimento sustentável do território.

No momento da assinatura, o Presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, referiu a importância de “potenciar um nicho de mercado que é o Turismo Industrial e Geológico, comum às três câmaras que representam a Faixa Piritosa Ibérica em Portugal, desenvolvendo produtos turísticos que contribuam para a construção e desenvolvimento do futuro comum”.

No final do dia foi inaugurada a exposição «Vivemos a Mina», apresentada no antigo Edifício da Trituração.

Esta mostra fotográfica, desenvolvida pelo Centro Ciência Viva do Lousal em articulação com o Arquivo Municipal de Grândola, resulta da compilação de imagens que retratam vários aspetos do quotidiano dos trabalhadores e habitantes da Mina do Lousal. A sessão contou com a presença da socióloga Paula Rodrigues, autora dos livros Vidas na Mina – Memórias, Percursos e Identidades e Onde o Sol não Chega – Vidas, Trabalho e Família na Mina do Lousal, e com a atuação do Grupo Coral da Mina de São Domingos.


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