Sines 4.0: Pandemia serviu para “ilustrar capacitação” das sociedades para a tecnologia digital
Escrito por Helga Nobre em 23 de Abril, 2021
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, considerou que a pandemia de covid-19 serviu para “ilustrar a capacitação” das sociedades “para mais rapidamente darem um salto para uma tecnologia digital”.
“Com muitas dificuldades, muita dor que causou, esta pandemia ilustrou também a capacitação que as sociedades têm e a preparação e disponibilidades para mais rapidamente darem o salto para uma tecnologia digital”, realçou o governante.
Pedro Siza Vieira falava em Sines durante a apresentação do projeto do megacentro de dados global, denominado Sines 4.0, um investimento de “até 3.5 mil milhões de euros” que criará até 1.200 postos de trabalho diretos “altamente qualificados” e pode vir a gerar oito mil novos empregos indiretos até 2050.
A pandemia, acrescentou, “proporcionou também uma maior maior necessidade, por parte de atores de todo o mundo, identificarem quais as melhores localizações para os investimentos que se mostram necessários realizar para servir esta sociedade e estas tecnologias digitais”.
No entender do governante, o grande desafio que é lançado “ao conjunto de atores públicos e privados”, na próxima década, passa por saber “como assegurar que estas oportunidades se concretizam e revertem em benefício do país”.
“Precisamos de conhecer melhor e dar a divulgar aquilo que são as nossas infraestruturas em matéria de conectividade digital. Temos muita disponibilidade de fibra ótica no país, mas ela não está totalmente aproveitada e não é integralmente conhecida, nem de nós nem do resto do mundo”, defendeu.
Para Siza Vieira é também necessário “assegurar que os processos de licenciamento e de aprovação destes projetos acontecem de forma suficientemente rápida para que outros não aproveitem melhor, oportunidades menos óbvias do que têm, do que nós próprios”.
“Este projeto que pode ajudar a capacitar a aceleração destas mudanças que precisamos pela disponibilidade de eletricidade renovável, de gases renováveis, pela ligação aos outros continentes que a nossa localização geográfica oferece, pela capacidade de recursos humanos e de tecnologia que temos merece esse apoio e alinhamento”, reforçou.
O denominado Sines 4.0, o projeto prevê um investimento de “até 3.500 milhões de euros” num ‘campus Hyperscaler Data Centre’, com capacidade até 450 Megawatts (MW), que “criará até 1.200 postos de trabalho diretos altamente qualificados e pode vir a gerar 8.000 novos empregos indiretos até 2025”, segundo a empresa promotora.
Com início de construção previsto para 2022, envolvendo 900 pessoas numa primeira fase e até 2.700 no total, o Sines 4.0 deverá inaugurar, no final de 2023, o primeiro dos cinco edifícios projetados.
Além de apresentar hoje o investimento, a start campus – empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners – assinou com a AICEP Global Parques o contrato do direito de superfície do terreno onde está previsto “nascer” o megacentro de dados.